As mãos de Tom pousavam nas ancas de Kim, coordenando uns movimentos extremamente sensuais e provocadores. Sussurrando algo ao ouvido da morena, aproveitando para lhe mordiscar, determinadas vezes, o helix.
Kimberly prendia o lábio inferior, bebia mais e mais, até sentir-me completamente possuída e distante do mundo. Não tinha controlo sob o seu corpo, era como se ela estivesse de um lado de fora a assistir a tudo e não conseguir fazer nada. Apenas rir.
Tom virou o corpo feminino para si, beijando-lhe o maxilar e, quando estava prestes a beijar aqueles lábios vermelhos e carnudos, a rapariga caiu de costas, tentando-se afastar.
- Estás bem? – O de tranças ajudou-a a levantar-se.
Ela riu-se, apoiando-se nos ombros largos do mais velho.
- Acho que vou vomitar… - Levou a mão à boca e controlou o vómito.
*
O começo da tarde estava silenciosa. Silenciosa de mais. O sol brilhava bem alto, irradiando o quarto do pequeno apartamento onde Bill, Tom, Kim e Mia dormiam.
A loira revirou-se na sua cama de casal, sentindo cada gota de baba afundar-se na esponja de algodão da sua almofada.
Enquanto isso, a cabeça de Kim latejava de dor e tencionava acordar, assim que um barulho irritante penetrava pelos seus ouvidos.
- Amh… - Mia resmungou assim que o som de um telemóvel ecoou pelo quarto. – Desliga-me isso!
- O quê? – Kimberly despertou de relance. E, só depois notou que o seu telemóvel vibrava.
Oh, como a cabeça lhe doía e como tinha vontade de vomitar.
Levantou-se cambaleante e dirigiu-se até à secretaria onde aquele aparelho irritante não se cansava de tocar. Provavelmente são os meus pais, pensou. Tendo a confirmação do que pensava assim que olhou o visor do telemóvel. Só me faltava mais esta, resmungou para com o seu subconsciente antes de atender a chamada.
- Sim? – Indagou baixinho enquanto se dirigia lentamente até à porta do quarto.
- “É a mãe, Kimberly.” – A voz estridente da sua progenitora ecoou pela sua cabeça, tendo ela de afastar um pouco o aparelho do ouvido para gemer de dor. – “Estava preocupada, nunca mais atendias querida.” – Falou no mesmo tom de voz.
- Estava a dormir, mãe. – Disse de uma maneira óbvia enquanto se dirigia para a sala. Acabou por dar de caras com Tom e Bill a dormirem esparramados de cada lado do sofá. Passaram cá a noite, concluiu em pensamento.
- “A estas horas?” – Quase gritou completamente atónita. – “Sabes que horas são, Kimberly Sparks?” – Perguntou num tom reprovador.
- Na verdade, não. – Admitiu dirigindo-se à cozinha com o intuito de achar algo que ajudasse a que a ressaca passasse o mais rapidamente possível.
- “São 15:30h.” – A morena revirou os olhos; como se aquilo fosse muito tarde. – “Já devias estar acordada há pelo menos duas horas.” – Advertiu. – “Não quero que te comeces a habituar mal.”
- Sim, mãe. – Anuiu enquanto procurava por todas as gavetas daquela cozinha o tão adorado medicamento que lhe tiraria aquelas dores de cabeça, não se importando com o barulho que estava a fazer, tal não era o seu desespero. Ela tem de ter algo, pensava freneticamente.
- “Não é sim mãe! Estás-me a ouvir, pelo menos?” – Berrou, completamente colérica. Odiava que lhe dessem desprezo.
Kim pousou o telefone na bancada da cozinha ergueu-se para procurar os comprimidos no armário mais alto, mas só fazia barulho e remexia em objectos insignificantes.
- Epá, está quieta! – O gémeo mais novo replicou, severamente.
Kim voltou a agarrar o telemóvel e encostou-o à orelha.
- “Estás-me a ouvir, Kimberly? Não me faças pedir ao teu pai para ir hoje mesmo buscar-te!”
- Mãe, não grites! – Elevou o tom de voz, logo se arrependendo com as dores na nuca. Massajou as têmporas e retomou a sua procura. Indo para a sala. Levantou uma almofada do chão. «Oh, como se uma mísera caixa de comprimidos estivesse ali».
- Foda-se! – Foi a vez do mais velho resmungar – Eu dou cabo de quem está a fazer a merda do barulho, caralho! – Disse o maior número de asneiras possíveis, ainda de olhos fechados.
- “Com quem estás Kimberly? Diz-me onde estás imediatamente! Vou chamar o teu pai!”
- Amh… é a minha amiga. – Sentou-se no chão.
- Eu dou-te a amiga. – E Tom continuou, virando-se de costas para Kim.
- “ Parece-me mais um rapaz do que uma rapariga. Kimberly, não me mintas!”
- Isso é porque tem voz de rapaz. – Desculpou-se.
- “Vou chamar o teu pai.” – Voltou a dizer.
- Oh mãe, não é preciso. – Tentou demovê-la da ideia. – Olha, eu agora tenho de ir comer alguma coisa. Nós mais logo falamos. – Prometeu.
- “Hum…” – Pareceu matutar sobre a ideia por alguns instantes. – “Está bem.” – Acabou por ceder. – “Espero que não andes a fazer asneiras.” – Avisou.
- Juro que não. – Suspirou. – Vá, até logo. – Despediu-se, desligando a chamada de imediato. – Merda! – Resmungou mandando o telemóvel para cima da pequena mesa de centro. Levou as mãos à cabeça e apoiou os cotovelos nos joelhos. E a porcaria da ressaca que não passa, resmungou para consigo mesma.
- Era a tua mãe? – A voz de Bill chegou-lhe aos ouvidos, levando-a a erguer a cabeça e fitar a expressão cómica do de crista que mantinha um olho fechado e outro aberto que olhava para ela.
Ela anuiu e levantou-se lentamente com a ajuda do braço do sofá. – Sabes se a Mia tem alguma coisa que cure a ressaca? – Perguntou apoiando uma mão na nuca.
O rapaz soltou um pequeno riso contido. – Acho que sim. – Sentou-se correctamente no sofá esfregando as têmporas dos olhos e piscando-os várias vezes, tentando adaptar-se à claridade. – Já procuraste na… - Foi imediatamente interrompido.
- Vocês são capazes de se calarem? – O gémeo de tranças atirou irado enquanto tentava achar uma posição mais cómoda para tentar continuar a dormir.